12 de maio de 2014

Sobre Moda - Uma reflexão.


M-O-D-A. 4 letrinhas, que juntas, formam não só uma palavra, mas um universo de possibilidades. É clichê, eu sei. Mas explico em detalhes.
Numa corda bamba, ela passeia para lá e para cá. Ora é arte, ora se vende, ora é recatada, ora só quer brilhar. Quem é você, dona moça, que muitos olhos não conseguem enxergar?
Capta em sua sensibilidade, tantas áreas, que só ela é capaz de uniformizar.
Ainda se destaca na passarela, com tantos flashes e manchetes que muito destaque pode dar. Pena que é descartável, logo no primeiro passo, seu brilho começa a acabar. Então, renovam-se as araras, com tantas delas, para de novo alguém conquistar. E conquista a cada esquina. A cada vitrine, a cada camisa. Que tal mania é essa que a dona moça nunca deixa pra lá?
No entanto, te conto as verdades, que um dia, um manequim deixou escapar. Contara que conversando com o espelho, a uma conclusão conseguiram chegar.
Diz-que é criada por amantes de cafés e histórias. Eles percebem ao andar da carruagem, o novo comportamento das pessoas lá fora. Se é inverno, criam ternos, com estampas de poá na cor rosa. Se é verão, fazem só vestidos, e dizem que coque no cabelo está na “moda”.
Também a observação, é o meio para então, produzirem peças que logo irão embora.
Dessa maneira, identificam os alvos, e com uma flechada os acerta, e os clientes levam embora. “Dinheiro ou cartão?” não cansa de repetir a mulher do caixa. Passando tantas peças, que logo logo, virarão história. História para contar, lembrar e reviver, quando vistas nos cabides do armário. Mal sabe elas, que seu criador, é um doido varrido tentando cumprir prazos.
Sr. Espelho também deixou vazar uma informação: “Moda não é arte, não!”. Tive um infarto, caí pra trás, “Como não é arte, o que aquele rapaz faz?”. Pois é, menina. Na corda bamba entre arte e capital, a dona moça se inclina pra grana, pois tem que se sustentar afinal. Criar não é fácil, para ser vendida só a 1 real? Ela se valoriza, porém muitas vezes até demais, tem tanto dinheiro que esquece de olhar pra trás, e ver aquela pobre criança, pedindo comida, segurando um cartaz.
É esnobe, de salto alto anda impondo regras. Diz pra usar verde e depois muda de ideia. Se um mundo todo fosse monarquia ela seria rainha.

Manequim e Espelho sabiam do que estavam falando. Mas não cheguei ao fim dos estudos me conformando com a realidade atual, que pode ser até verdade o que dizem dela por aí. Mas, preferi a minha opinião registrar aqui.
Dona Moça, mais conhecida como Moda.
Ela é quem faz com que a personalidade, sentimentos e palavras, tomem forma. E isso pode ser chamado de estilo também. Que é tão pessoal quanto a digital. Por esse motivo, por mais que sua camisa seja igual da sua amiga, nunca vestirão da mesma maneira. Estilo é único. E quem copia é porque ainda não encontrou o seu, ou espera aceitação de outrem.
Também, é um agente “eternizador”. Suas histórias, viram memórias, que quando contadas, há suspiros, sim senhor. E eu acredito nisso. Acredito nas coisas simples, nas coisas simples que se tornam eternas lembranças. Nas coisas simples, aonde há a real beleza, pois só o que é necessário é o quanto de amor depositamos em cada trabalho. Escolhi Moda para fazer sorrir. Para escrever novas histórias por aí. Para fazer suspirar a noiva que lembra de cada detalhe de seu vestido, a debutante que escolheu carinhosamente a peça da noite, tornar eterno o traje do trabalhador (que deve se vestir a rigor), de ser a blusa de frio favorita, do moço de mora ali na esquina. E a calça de inverno mais quentinha, do morador de rua, que quer sair dali algum dia.
Defendo a Moda democrática. Que não exclui. Que abraça. Que inclui, que traz vida. E as linhas que formam uma peça, formam também uma nova história de vida.  

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